Quando hoje andava a procurar algumas informações relacionadas com o Mãos Amigas, encontrei este texto que apresenta a ideia inicial deste projecto.
Trata-se portanto de um documento com um valor histórico incalculável. :)
Ora vejam lá as ideias "estapafúrdias" que haviam!!!
Será particularmente interessante para quem conhece internamente o funcionamento da equipa, comparar o que queríamos fazer, com o que fazemos actualmente.
Mas chega de conversa. Aqui segue o texto com a ideia inicial de um projecto que na altura ainda nem tinha nome... e continuaria a não ter por mais algum tempo. :)
“Sopa dos Pobres”
S. Lourenço é o advogado da asma, da guerra e da fome. É o padroeiro desta cidade. Cidade onde ainda são muitos os que se deitam à noite com fome…
PROJECTO: Sopa dos Pobres
OBJECTIVO: Criar uma forma de regularmente fornecer um prato de sopa a pessoas carenciadas.
REGULARIDADE: Numa primeira fase a distribuição seria realizada, por exemplo 3 vezes por semana (segunda, quarta e sexta). Embora de futuro se possa pensar em aumentar esse número.
BENEFICIARIOS: Numa primeira fase deveria-se começar com um pequeno número de pessoas abrangidas pela actividade.
É estritamente necessário que a selecção de pessoas abrangidas seja criteriosa, para não se correr o risco de cometer os mesmos erros do passado. Essa selecção deveria ser feita por um pequeno número de pessoas com experiência neste tipo de situações.
MEIOS HUMANOS: Falar com todos os grupos de jovens de Ermesinde. Conseguindo um número razoável, tendo em conta que numa primeira fase seriam apenas três vezes por semana, vamos supor que com 30 pessoas, passariam mais de duas semanas até calhar novamente a mesma pessoa fazer a ronda. O número efectivo de pessoas para constituir a equipa será definido em função do número de pessoas abrangidas pelo projecto.
METODO DE FUNCIONAMENTO: O projecto será posto em pratica, através da criação de duplas que acompanhariam um condutor. Essas duplas ficavam encarregues do contacto com as pessoas e da distribuição das sopas. O contacto não deveria ser muito prolongado, mas também não se poderia reduzir a entrega das sopas.
O número de condutores seria mais reduzido e teria uma rotação diferente.
Todas a semanas haveria um responsável da semana que faria a gestão de todos os meios e seria o ponto de contacto com as equipas (gerir faltas de pessoal, etc).
MEIOS FINANCEIROS: A ideia só pode vingar com a ajuda da comunidade. Para tal seria feito um peditório geral e quando houvesse necessidade fazer-se-ia outro. Nesse peditório seriam também distribuídas fichas de inscrição, que posteriormente seriam recolhidas, com o intuito da criação de um grupo de “Amigos da Sopa dos Pobres”. Quem se quisesse inscrever, poderia passar a contribuir regularmente com donativos, para o Projecto. O financiamento passaria também pelo contacto com instituições e empresas que se disponibilizassem para contribuir, eventualmente tendo como contrapartida benefícios fiscais. Poderíamos também organizar recolhas de géneros alimentares.
MEIOS MATERIAIS: Em primeiro lugar é lógico que para a distribuição ser feita é necessário um ou vários meios de transporte. Uma hipótese viável seria usufruir da carrinha da Conferência ou de uma carrinha do Centro Social. O gasóleo enquanto despesa decorrente da actividade seria paga com parte do dinheiro recolhido nos peditórios. As sopas seriam transportadas em malas térmicas da Campingaz com capacidade para + ou – 20 litros. Pode-se pensar também na hipótese de se comprar uma quantidade de marmitas mais pequenas. As sopas teriam de ser transportadas de forma segura para não se entornarem. Pode-se pensar em utilizar mais de uma viatura por ronda. Isso levava a uma distribuição mais rápida, mas ao mesmo tempo seriam precisas mais pessoas e os custos seriam maiores.
A TER EM CONTA:
Após a definição das casas a serem abrangidas pelo projecto, seria traçado um roteiro diário, com o trajecto a seguir.
Pode-se criar um site na net, onde os elementos da equipa poderiam ver para que dias estavam escalonados e outras informações de interesse. Se não pudessem fazer a ronda, ficariam de contactar o Responsável da Semana, que entraria em contacto com uma EQUIPA DE PIQUETE que seria rotativa todas as semanas e que só faria a ronda se as pessoas escalonadas não a pudessem fazer.
Os elementos das equipas teriam de ser responsabilizados, pois não interessam aqueles que dizem que querem participar e depois falham e não aparecem. Podem-se tolerar algumas faltas, mas se o comportamento se tornar constante, as pessoas seriam convidadas a sair e dar lugar a outras que queiram efectivamente trabalhar.
Esta não é uma actividade que tenha a participação exclusiva de jovens. Existem nomeadamente, alguns elementos da Conferência S. Vicente de Paulo que já se disponibilizaram para auxiliar no que for necessário.
Podemos entrar em contacto com outras instituições que realizem trabalhos deste género, com a finalidade de recolhermos o máximo de experiência e informação.
PARCERIAS: Este projecto conta já, nesta fase inicial, com o apoio da Conferencia S. Vicente de Paulo, e do Padre Mota, que abraçaram a ideia e se disponibilizaram para ajudar.
Todas as ideias apresentadas estão abertas a discussão. Este projecto encontra-se numa fase embrionária, logo todas as sugestões apresentadas poderão sofrer alterações.
sábado, 21 de março de 2009
A génese
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